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segunda-feira, 19 de março de 2012

Mabon

Por John Andrade


      Boa tarde, galera mágica. Depois de um pequeno tempinho sem aparecer, estou cá dando o ar da graça. Bom, estou vivendo muita coisa maravilhosa e mágica em meu caminho e espero poder compartilhar com todos vocês um pouco dele em breve, mas por hoje, falarei um pouco sobre o Mabon, o significado deste Sabbat e o que ele representa para os pagãos.

        Bom, antes de qualquer coisa é preciso salientar que o caminho da Arte é livre e existem diversas maneiras de celebrar um Sabbat, incorporando inclusive instrumentos, palavras e gestuais modernos. Claro que o sentido da celebração não mudará, mas as formas de celebrar ficam ao modo de cada um, porque até mesmo a cultura local influencia nas suas escolhas. Então, conheçam um pouco do "Mito da descida de Perséfone ao submundo", mas não se prendam a nenhum dogma imposto e celebrem como acharem melhor, desde que se conectem com as energias sutis do momento.

        O Sabbat do Equinócio de Outono (Mabon - 21 ou 22 de Março) é o momento da segunda colheita. Hora de celebrar pelas colheitas de frutos e grãos que começaram em Lammas e também pelo fim do verão. É um ótimo momento para iniciações em covens e algumas tradições celebram até um rito para a descida da Deusa Perséfone ao submundo de Hades (Deus Grego do Submundo). Conta o mito que no dia do Equinócio de outono, Hades se encontra com Perséfone e fica extasiado pela sua beleza. Ficou tão encantado que se apaixonou. Então ele a raptou e levou para a escuridão dos seus domínios no Submundo tornando-a rainha junto com ele. Deméter, mãe de Perséfone, procurou em vão a filha em todos os lugares e não a encontrando, sua tristeza foi tanta que fez as árvores, folhas e flores murcharem.  Os Deuses do Olimpo conseguiram negociar a volta de Perséfone, mas ela, uma vez estando com Hades, acabou sendo enganada e comeu uma semente de romã, o que a obrigou a passar metade do ano, todos os anos, com Hades no submundo.

        Apesar de este mito ser o tema principal desta celebração, focamos também nos ciclos do Renascimento lembrando que o Deus Sol morre no fim do Verão para renascer. Então este dia também está intimamente ligado às coisas que podemos perder para ganhar outras. É necessária uma análise bem mais profunda de muitas coisas para conseguirmos entender os diversos significados ocultos. É necessária uma reflexão e agradecimento aos nossos ancestrais pelas coisas que herdamos e que nos tornaram o que somos hoje. Podemos incorporar na celebração de Mabon: Nozes, pães, alimentos do Trigo e do milho, sementes, maçãs, cidras e romãs. Os melhores perfumes são os de benjoim, mirra e sálvia e as melhores cores são marrom, verde, laranja, amarelo e vermelho.

        Ao se traçar o círculo da melhor maneira para você e fazer suas invocações dos Regentes Elementais e aos Deuses, agradeça pelo ciclo contínuo que faz a roda girar. E agradeça também pelo fim do calor do verão, que começa a se extinguir pouco a pouco. Reflita um pouco sobre as mudanças da natureza e consequentemente em você mesmo.  Faça o encerramento, feche o círculo e celebre o banquete com alegria.



        Nunca esqueça: A magia está dentro de você. Dogmas e ritos antigos são ótimas bases para você escrever os seus próprios ritos, de acordo com suas possibilidades. Ouça sua intuição e procure não tirar o sentido místico do dia ao fazer certas substituições ou incorporar coisas novas em seu rito. Ou você pode também celebrar aos modos antigos, caso possa. O mais importante é que o Amor aos Deuses seja sincero e verdadeiro e que você possa sentir as mudanças em você acontecendo em sintonia com as mudanças cíclicas. Abençoados Sejam!



Abraços do Jon.

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