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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Uma reflexão acerca do Tarot por Rair Oliveira


Uma reflexão acerca do Tarot

Para os incrédulos, ele é somente um baralho; para os pagãos, um poderoso oráculo. Suas origens se perdem no tempo. Atlante, egípcia, francesa ou cigana? Qual a verdadeira nacionalidade do Tarot?

Independente de suas origens os arcanos que integram esse poderoso instrumento de autoconhecimento nos tão o testemunho de absolutamente tudo o que nos rodeia. É possível fazer uma associação das cartas com todas as ramificações da arte e do conhecimento.  Nossa vida cotidiana, nossos medos, nossas dificuldades, nossas virtudes... e até mesmo nossa personalidade em vidas passadas estão contidas em cada um dos arcanos do Tarot.

Cada carta, um universo. O Tarot possui é tão abrangente que engloba todos os outros oráculos e ciências ocultas: numerologia, cabala, astrologia, mitologia, simbologia e tantas outras formas de autoconhecimento estão expressas nas cartas. Cada arcano é um ponto da nossa existência, um degrau em nossa evolução espiritual. Cada figura um convite para penetrarmos em sua simbologia e compreender o mundo que nos cerca.
Lembro-me com satisfação de um trabalho que desenvolvi para a faculdade de Letras. E me espantei ao ver como o Tarot está profundamente inserido na Literatura e como pode ser usado como uma poderosa ferramenta na construção de histórias. Na ocasião, associei quatro arcanos – O Louco, O Mago, O Eremita  e O Mundo – com a trajetória do personagem Robinson Crusóe, do livro homônimo do escritor inglês Daniel Defoe.

                                                                                                         

Capa de uma velha edição de Robinson Crusoé, de Daniel Defoe. O livro é na verdade uma grande metáfora da jornada do homem na Terra.

No inicio de sua jornada, esse personagem pega suas coisas e se lança em rumo ao desconhecido, vagando por lugares em busca de aventura. Eis a representação do Louco. Mais adiante, quando já é um náufrago, ele precisa se adaptar ao meio em que vive, precisa dominar processos alquímicos, precisa literalmente, forjar materiais, precisa moldar e transformar. Robinson assume nesse momento a personalidade do Mago. Em seguida, ele na solidão, naquele lugar inóspito, começa a refletir sobre sua existência, sobre sua vida e sobre a sua jornada aqui na Terra. Eis o Eremita, aquele que está sozinho, que se isola e que possui em sua companhia, apenas o conhecimento, geralmente representado pela lanterna que carrega.
Quando o livro termina, vemos o personagem triunfar ao perceber que sua missão foi cumprida e que muitos puderam desfrutar de um local que se desenvolveu graças ao seu empenho e trabalho incessante. Esse sentimento é representado pelo arcano XXI do Tarot de Marselha: O Mundo.
O Mundo simboliza o espirito que se eleva sobre a matéria, representa o fim da jornada, que se reinicia com O Louco.




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