Em diversos lugares (França, Espanha, Germânia, Rússia, Inglaterra) foram encontrados, ainda no período neolítico e (em menor quantidade) no período paleolítico pinturas em cavernas, estátuas, vasos, esculturas que representavam mulheres grávidas com os caracteres sexuais primários e secundários bastante grandes e evidentes. Estas imagens “foram chamadas pelos arqueólogos de Vênus e representavam objetos de culto à Grande Deusa Mãe” (Prieto, 2000, p. 21).
Há ainda a questão da matrilinearidade, contatada em vários povos incluindo os Celtas e segundo Lady Mirian Black, 2012: “nas sociedades matrilineares cabia ao homem a força bruta, a caça, a proteção do grupo, mas o foco central era a figura feminina, representando a geração da vida, a nutrição, o amor. A Deusa era chamada de Mãe, palavra esta que por si só implica equilíbrio entre o feminino e o masculino, remetendo à harmonia da Natureza.”
A figura de uma divindade masculina apareceu depois, e portava atributos muito diferentes daqueles cultuados pelas religiões patriarcais contemporâneas. As primeiras ideias em torno do Deus mostravam um ser com atributos de animais, Porque Ele era representando como os aspectos masculinos da época, portanto, relacionados à caça, aos animais e à fertilização “A Deusa é considerada a doadora da vida enquanto o Deus é o fertilizador. A Deusa é todas as mulheres e o Deus é todos os homens (...) O Deus da Wicca é vivo, forte, sexual, ligado aos animais, não sendo em nada semelhante ao assexuado e transcendental Deus monoteísta. Ele representa tudo o que é bom e prazeroso como a vida, o amor, a luz, o sexo, a fertilização”.
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