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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Nosso início espiritual é feminino

       Muitos estudiosos explicam que, quando a humanidade começou a adquirir o conceito de sagrado, a desenvolver um senso religioso, este se deu através de uma Deusa, uma Grande Mãe, uma forma feminina de ser superior.

         Em diversos lugares (França, Espanha, Germânia, Rússia, Inglaterra) foram encontrados, ainda no período neolítico e (em menor quantidade) no período paleolítico pinturas em cavernas, estátuas, vasos, esculturas que representavam mulheres grávidas com os caracteres sexuais primários e secundários bastante grandes e evidentes. Estas imagens “foram chamadas pelos arqueólogos de Vênus e representavam objetos de culto à Grande Deusa Mãe” (Prieto, 2000, p. 21). 
    
           Há ainda a questão da matrilinearidade, contatada em vários povos incluindo os Celtas e  segundo Lady Mirian Black, 2012: “nas sociedades matrilineares cabia ao homem a força bruta, a caça, a proteção do grupo, mas o foco central era a figura feminina, representando a geração da vida, a nutrição, o amor. A Deusa era chamada de Mãe, palavra esta que por si só implica equilíbrio entre o feminino e o masculino, remetendo à harmonia da Natureza.”

          A figura de uma divindade masculina apareceu depois, e portava atributos muito diferentes daqueles cultuados pelas religiões patriarcais contemporâneas. As primeiras ideias em torno do Deus mostravam um ser com atributos de animais,   Porque Ele era representando como os aspectos masculinos da época, portanto, relacionados à caça, aos animais e à fertilização “A Deusa é considerada a doadora da vida enquanto o Deus é o fertilizador. A Deusa é todas as mulheres e o Deus é todos os homens (...) O Deus da Wicca é vivo, forte, sexual, ligado aos animais, não sendo em nada semelhante ao assexuado e transcendental Deus monoteísta. Ele representa tudo o que é bom e prazeroso como a vida, o amor, a luz, o sexo, a fertilização”.

          Ele era representado com os chifres do veado, que se renovam periodicamente, sendo símbolo, portanto, da renovação. “Com a chegada do Cristianismo na Europa com todo o seu conjunto de pecados, proibições e tabus sexuais, o Deus Cornífero foi transformado na figura do Demônio e do mal pelos primeiros Cristãos. Até então o Diabo jamais tinha sido representado com chifres na cabeça e isso só aconteceu para denegrir a imagem do Deus dos Bruxos” (Prieto, 2009, p. 50 -51)

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